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Ser adulto talvez seja isso: aprender a se dar os próprios limites

  • Foto do escritor: Isabel Debatin
    Isabel Debatin
  • 5 de ago.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 8 de ago.

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Limites que não vêm mais dos pais, dos professores ou de qualquer autoridade externa, mas que precisam nascer de dentro, do nosso discernimento. Crescer não é apenas conquistar liberdade, mas carregar a responsabilidade de saber até onde ir.


Quando pensamos em limites, quase sempre pensamos no outro: no que o outro pode ou não fazer, no que não aceitamos que nos façam. Mas raramente olhamos para os limites que precisamos impor a nós mesmos. É como se, inconscientemente, acreditássemos que não precisamos deles.


Só que a vida adulta exige justamente o contrário. Em todas as áreas, somos chamados a perceber até onde podemos ir sem ultrapassar o que nos faz bem. E essa percepção muitas vezes nasce dos aprendizados que chegam pelas vivências, por um filme que nos marca, por um livro que nos abre os olhos, pelo comportamento de outra pessoa, por uma crítica, por um elogio, por um erro ou por um acerto.


Impor limites a si mesmo pode significar reconhecer o momento de parar de trabalhar, mesmo quando a ambição insiste para continuar. Pode significar se afastar das redes sociais e desse vício de dopamina que nos prende a rolagens infinitas e comparações invisíveis. Pode ser se proteger de relações que não nutrem — sejam familiares, amizades, amores ou colegas de trabalho. Pode ser cuidar do corpo com mais seriedade: escolher alimentos que realmente nos alimentam, praticar movimento, abandonar vícios que nos corroem silenciosamente.


Existem inúmeras possibilidades de limites. E quando eles vêm de nós mesmos, são impactantes. Porque já não há mais ninguém responsável por nos conter: não é mais função dos nossos pais decidir o que podemos ou não fazer. Eles fizeram isso em algum momento, e isso nos ajudou a ser quem somos. Mas agora é por nossa conta.


E talvez isso seja um dos maiores choques da vida adulta: perceber que ninguém mais segura a nossa mão para dizer “basta”. Nós controlamos a nossa vida e, junto dessa liberdade, vem a necessidade de saber quando parar, quando dizer não, quando escolher a própria paz.


Amadurecer, afinal, é cuidar de si com coragem e lucidez. É saber que nem sempre estaremos prontos para ser adultos, mas que aprender a se limitar é uma das formas mais sinceras de crescer.


Imagem: Eric Zener

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