Luto, saudade e mix de emoções nas festas de fim de ano: navegar por sentimentos complexos

Existe uma expectativa silenciosa em torno do fim de ano: a de que todo mundo deveria estar bem. Feliz. Grato. Em clima de celebração. Mas nem sempre o coração acompanha o calendário, e isso também faz parte

Para muitas pessoas, as festas despertam sentimentos difíceis de explicar. A saudade de quem não está mais aqui, o luto que não tem data para acabar, os distanciamentos familiares, as frustrações acumuladas ao longo do ano. Tudo isso aparece com mais força quando o mundo insiste em luzes, encontros e alegria obrigatória.

No filme Aquele Natal, o Papai Noel diz algo que ajuda a entender por que esse período pode ser tão intenso: nessa época do ano, os sentimentos são evidenciados. Se você se sente amado, querido e feliz, tende a se sentir ainda mais assim. Mas, se você se sente sozinho ou triste, essa lupa funciona da mesma forma.

Datas comemorativas têm essa habilidade de iluminar o que falta. Elas não criam sentimentos, amplificam os que já existem. E sentir tristeza nesse período não significa estar regredindo ou sendo ingrata. Significa apenas que há memória, afeto e humanidade aí.

Navegar por tudo isso exige gentileza.

Permitir-se sentir sem se julgar.

Criar limites claros com situações que machucam.

Escolher com quem estar, e com quem não estar.

E entender que não existe “jeito certo” de passar o fim do ano.

Se dezembro chegar apertado, que você saiba que não está sozinha. Celebrar pode ser ficar em silêncio, cozinhar algo simples, rever fotos antigas, ou até desligar o celular. Festas não anulam sentimentos complexos, mas você pode transitar por eles com calma, sem se forçar a caber em uma alegria que não é sua naquele momento.