Nada supera o simples gesto de escrever à mão
- Isabel Debatin

- 21 de set.
- 1 min de leitura
Faz uns dois anos que comprei um iPad pra usar, principalmente, o GoodNotes. A ideia era simples: concentrar tudo em um só lugar, abandonar os cadernos físicos e levar uma vida mais prática (e sustentável). Comprei até a caneta, como quem se prepara pra finalmente ter o “caderno do futuro”.
Na prática? Não funcionou tão bem assim. Até hoje continuo usando o papel. Talvez por nostalgia, talvez porque anotar num caderno sempre foi um jeito de fixar melhor o que eu aprendia, desde a escola. Parece que o gesto de escrever com a mão, folhear, rabiscar, ainda carrega uma força que o digital não consegue imitar.
Curiosamente, minha experiência com o Kindle foi o oposto. Me adaptei fácil, talvez pela praticidade de carregar uma biblioteca na bolsa, de ter leveza e acesso a vários livros sem ocupar espaço físico. Com o iPad, a sensação é outra: por mais que ele simule um caderno, nunca é exatamente a mesma coisa.
E acho que esse é o ponto: tem ferramentas digitais que nos conquistam, e outras que não substituem o que o analógico desperta. Às vezes não é sobre eficiência, é sobre afeto. Sobre o vínculo que criamos com um objeto simples, como um livro ou um caderno. E tá tudo bem não desapegar.

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