Menos é mais? Como o minimalismo está transformando vidas ao redor do mundo
- Isabel Debatin

- 14 de mar.
- 2 min de leitura

O minimalismo ganhou mais espaço nos últimos anos, entretanto, será que entendemos realmente o que é minimalismo na íntegra? Para além de um movimento estético ou uma simples redução de pertences, trata-se de um caminho para a liberdade, ou seja, um jeito de viver que questiona o excesso e resgata o essencial.
Desde tempos antigos, a simplicidade era valorizada por muitas culturas. Os estóicos já falavam sobre encontrar felicidade com pouco, enquanto no Japão, o zen-budismo sempre pregou o desapego. Mas, ao longo do tempo, fomos seduzidos pela ideia de que acumular era sinônimo de sucesso. Até que, mais recentemente, essa lógica começou a ser questionada.
O boom do consumismo nos prometeu conforto, mas será que ele entregou felicidade?
O minimalismo moderno surge como uma resposta a essa insatisfação velada. Joshua Fields Millburn e Ryan Nicodemus, os conhecidos "The Minimalists", defendem que não se trata de abrir mão das coisas por abrir, mas de criar espaço para o que realmente importa. No documentário "Minimalism: A Documentary About the Important Things", eles mostram como esse estilo de vida pode impactar não apenas nossas escolhas individuais, mas também a sustentabilidade do planeta.
Cada um adapta essa filosofia à sua maneira.
Courtney Carver propõe um guarda-roupa reduzido. Cal Newport foca no minimalismo digital, defendendo menos distrações para um trabalho mais profundo. Outros escolhem simplificar suas rotinas e relações. No fundo, a essência é a mesma: filtrar o que faz sentido e eliminar o que pesa.

Muitas pessoas que adotaram o minimalismo o fizeram depois de perceber que o excesso de bens materiais ou compromissos estava impactando sua qualidade de vida. A designer Fumio Sasaki, por exemplo, decidiu viver com o mínimo possível depois de sentir que sua casa desorganizada refletia sua mente sobrecarregada. Ele reduziu drasticamente seus pertences e descobriu que se sentia mais leve e produtivo. Já a escritora Tammy Strobel escolheu viver em uma tiny house depois de perceber que um estilo de vida mais simples lhe traria mais tempo para o que realmente importava: suas relações e sua criatividade.

Ao longo da vida, muitas pessoas experimentam diferentes formas de se relacionar com o mundo material. Enquanto alguns encontram significado na redução e na contenção, outros sentem prazer e inspiração na abundância e na diversidade de objetos, experiências e informações. Enquanto uma casa com poucos móveis e cores neutras transmite serenidade para alguns, para outros, um ambiente cheio de elementos, texturas e referências traz estímulo e aconchego.
Não há certo ou errado, mas diferentes maneiras de enxergar e vivenciar o que é essencial.
Ao eliminar excessos, muitos relatam sentir mais leveza, clareza mental e propósito. Estudos sugerem que ambientes caóticos podem aumentar a ansiedade e reduzir a produtividade. Afinal, será que estamos acumulando coisas ou distrações? Estamos ocupando espaço ou preenchendo vazios?

Minimalismo não é sobre ter menos, mas sobre viver melhor.
Então, o que realmente importa para você?
Um abraço carinhoso,
Isabel Debatin



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