As minhas revoluções aconteceram quando eu ouvi minha raiva
- Isabel Debatin

- 26 de mai.
- 2 min de leitura

"Suas amigas também comemoram suas conquistas?", pergunta Marcela Ceribelli no episódio com Xênia Carllson, no Bom Dia Óbvios. Entre trocas e reflexões, uma frase ficou ressoando em mim: “As minhas revoluções aconteceram quando eu ouvi a minha raiva.” E foi aí que entendi que eu precisava escrever sobre isso.
A gente cresceu ouvindo que sentir raiva era feio. Que era descontrole. Que era perda de razão. Que era algo a ser evitado, abafado, silenciado. Mas quem foi que decidiu isso?
Porque se tem algo que a vida me ensinou, é que a raiva pode ser, sim, uma força vital. Uma centelha de consciência. Uma bandeira levantada dentro da gente dizendo: isso aqui não dá mais.
Muitas das minhas mudanças mais importantes aconteceram depois de uma indignação. De um basta. De uma raiva que veio como uma onda e, em vez de me afogar, me empurrou para fora daquilo que já me machucava há tempo demais.
A raiva mostra o limite. Mostra que o que fazem com a gente — ou o que deixam de fazer — nem sempre é justo, e que a gente não tem que aceitar tudo de boca fechada. Ela aparece na infância, na adolescência, na vida adulta. Ela nos visita no trabalho, nos relacionamentos, nas causas sociais, nos espelhos. E se a gente der ouvidos, ela pode virar movimento.
Não, não tô falando daquela raiva destrutiva, que explode e fere. Mas da raiva que aponta o caminho. Que nos convida a reorganizar a casa. Que nos ajuda a dizer “não” e a se escolher.
Porque às vezes, é só ouvindo a própria raiva que a gente encontra coragem pra mudar.
Um abraço carinhoso,
Isabel Debatin



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