Amor é o que sobrevive ao fim da idealização
- Isabel Debatin
- 11 de jun.
- 2 min de leitura

A gente idealiza o amor quando só conhece o começo. Quando tudo são trocas suaves, versões filtradas, encontros em que dá tempo de arrumar a cama e esconder as bagunças da alma. Mas o amor de verdade começa depois. Depois do encantamento, das primeiras promessas e das borboletas no estômago.
Tudo isso passa, a gente sabe. Mas o amor [o amor real] é o que fica. É o que sobrevive ao tempo, à rotina, às crises, às falhas de comunicação e às fases que não são dignas de filme.
Eu entendi o que era amar quando percebi que o outro não estava ali pra me completar, nem pra me aplaudir sempre, mas pra me apoiar, apesar de tudo. Amar é conviver. É conhecer o outro por inteiro e ainda assim querer ficar.
É reconhecer os próprios limites, tirar as armaduras, rever hábitos que antes pareciam normais, mas que em um relacionamento saudável não fazem mais sentido.
O amor não precisa de momentos grandiosos o tempo todo para ser verdadeiro. Amor também é monotonia. É paz. É a sensação de que ali é seguro, mesmo quando tudo ao redor parece um caos. E paz, às vezes, também cansa. Porque o coração da gente se acostuma com a agitação. Mas é na tranquilidade que a gente aprende que amar não é sempre novidade. É escolha diária. É compromisso. É admiração constante.
Nenhuma comédia romântica ensina que amar exige paciência. Que, sim, você vai se irritar. Vai duvidar. Vai querer se isolar. Mas se há paciência, há espaço para o recomeço. O amor ensina compaixão. Ensina generosidade. Ensina que o outro também está tentando, assim como você.
Se alguém me dissesse que o amor verdadeiro precisa ser perfeito, eu diria: então ele não é amor. Porque o amor real é imperfeito, e exatamente por isso é tão bonito. Ele é feito de altos e baixos. De dias em que parece tudo e de dias em que parece pouco. Mas é sempre escolha. E, no fim, é isso que o sustenta.

Um abraço carinhoso,
Isabel Debatin
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