1º de abril: e as mentiras que a gente ainda conta pra si mesma?
- Isabel Debatin

- 1 de abr.
- 2 min de leitura
Atualizado: 3 de abr.

Tem coisa mais simbólica do que o Dia da Mentira pra falar sobre as verdades que evitamos?
Mentiras nem sempre vêm disfarçadas de piada ou truque de internet. Às vezes, elas moram em frases que repetimos para sobreviver. “Tá tudo bem”, quando não está. “Eu dou conta de tudo”, quando estamos no limite. “É só uma fase”, quando já viraram anos.
A verdade é que, muitas vezes, somos enganadas — pelos outros e por nós mesmas.
Crescemos ouvindo que uma mulher forte precisa dar conta de tudo. Que sucesso é ter a casa perfeita, o relacionamento perfeito, o corpo perfeito… e, se possível, sem demonstrar nenhum sinal de cansaço. Não à toa, tanta gente ainda acredita em dietas milagrosas, skincare de sete passos que vai “mudar sua pele”, e rotinas irreais vendidas como fórmula da felicidade.
A internet, nesse sentido, virou uma fábrica de ilusões. Seguimos tendências que nem gostamos tanto assim. Compramos o look da semana, o planner da produtividade, o creme da autoestima. E mesmo com tudo isso, seguimos sentindo que falta alguma coisa.
Tem também aquelas mentiras mais perigosas: as emocionais. O famoso gaslighting, que faz a gente duvidar do próprio instinto, da própria memória, da própria dor. E o pior é quando a mentira vem disfarçada de amor, cuidado ou preocupação.
Porque, às vezes, a verdade dói. Ela é incômoda, bagunça o que parecia em ordem, exige movimento. Mas também é libertadora. Olhar pra dentro e reconhecer aquilo que não está mais funcionando é o primeiro passo pra mudar.
Então que nesse 1º de abril a gente escolha a coragem. De admitir o que não vai bem. De desapegar das mentiras que nos contaram (e que a gente acreditou). De reescrever as nossas verdades com mais compaixão, presença e autenticidade.
Talvez o caminho da verdade não seja o mais fácil, mas é o único onde a gente pode se sentir, de fato, inteira.
Um abraço carinhoso,
Isabel Debatin



Comentários