Amizade nas alturas: refugiados encontram cura e conexão nos Alpes Suíços
- Isabel Debatin
- 5 de ago.
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A 4.000 metros de altitude, onde o ar é rarefeito e o terreno exige força e preparo, um grupo de refugiados de diferentes países — como Afeganistão, Irã, Palestina e Ucrânia — encontrou algo raro: paz, amizade e um espaço para se reconectar com a vida. Eles fazem parte do Peaks4All, projeto de montanhismo sediado em Genebra que promove a integração social e o bem-estar emocional de pessoas que deixaram seus países por causa de guerras, perseguições e crises políticas.
Criada pelas alpinistas Laëtitia Lam e Clémence Delloye, a iniciativa começou pequena e hoje reúne mais de 200 refugiados, 40 voluntários e 30 guias de montanha. Além das grandes escaladas anuais, o grupo promove trilhas, escaladas em rocha e outras atividades ao ar livre. Para muitos, é a primeira vez em contato com montanhas desse porte — e a experiência se transforma em símbolo de superação. “Chegar ao cume é a prova de que você pode vencer desafios físicos e emocionais, mesmo depois de passar por dificuldades extremas”, diz o iraniano Soroush Esfandiary, que fugiu de seu país em 2019.
Mais do que esporte, o projeto cria um senso de pertencimento. Para a ucraniana Diana Lysenko, escalar ajudou a encontrar forças que nem sabia ter. Já para o afegão Alem Big Qaderi, as montanhas suíças o fazem lembrar de casa. “Montanhas não têm nacionalidade”, diz. No Peaks4All, cada passo é um gesto de resistência e esperança — e cada cume conquistado, um lembrete de que recomeçar é possível. Fonte: The Guardian
Foto: Simon Straetker
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